À Prova de Bala, real. Paul Hunter. EUA, 2003. 35mm, cor, 104 min.
A união de opostos aparentes é estruturante neste filme: o oriente e o ocidente, o masculino e o feminino, o criminoso e o filantropo. Estas uniões são dadas a ver usando a figura do abismo: a eminência da queda multiplica-se nas cenas de acção. Os opostos são aparentes, porque afinal partilham características. A sua união espelha o que é universal. O rapaz (Seann William Scott) aprende artes marciais através dos filmes de kung fu projectados: as culturas são diferentes, mas tocam-se, misturam-se, renovam-se. O nazismo dos vilões aparece como forma de anular essas diferenças, porque é uma ideologia que não se funda no universalismo, mas na superioridade de alguns sobre outros. [03.03.2010, orig. 08.2003]