Rollerball (2002)


Rollerball, real. John McTiernan. Alemanha/EUA/Japão, 2002. 35mm, cor, 98 min.

Nova versão de Rollerball (1975) com James Caan, John Houseman, e Maud Adams. Chris Klein toma o lugar de Caan como campeão de um desporto muito violento. O tempo é o futuro muito próximo. O lugar é um país pobre e desigual. Quem controla a liga é um tirano (Jean Reno), que exerce o seu poder planeando acidentes e agressões. Quando tal acontece, as audiências sobem e as apostas também. O povo subjugado será libertado no fim. A ambição política do filme cumpre-se através da caricatura que é combinada com um desejo de realismo. O primeiro filme era mais eficaz na encenação do jogo como um sangrento circo. Nesta obra, John McTiernan aposta mais na velocidade, não estando tão interessado em definir o lugar do jogo como uma arena romana, mais sofisticada, mas com a mesma relação expectante entre o público e a violência dos acontecimentos. Por vezes, tudo parece um delirante baile de máscaras. Há as máscaras que cobrem a cara dos jogadores — apresentando-os como seres mascarados, mas cujo disfarce mostra o que são. Há outras que cobrem outras faces. Ou seja, qualquer rosto nu pode dissimular uma personalidade. Só que falta profundidade dramática e riqueza simbólica a estes disfarces. Olha-se para o herói e tudo é transparente — e a sociedade insaciável e corrupta que o filme retrata seria tudo menos isso. [25.03.2010, orig. 01.2003]