Alucinação, real. Paddy Breathnach. Dinamarca/Irlanda/Reino Unido, 2006. 35mm, cor, 84 min.
Um grupo de jovens sozinhos no interior da paisagem natural irlandesa talvez não estejam sós… O ponto de partida é conhecido e não é propriamente reactualizado ou repensado. A não ser para conduzir o filme a um final não muito supreendende, um desfecho que confirma uma certa tendência do cinema de terror contemporâneo: retratar assassinos, não como sádicos agentes do mal, mas como pessoas inconscientes da morte que semeiam à sua volta, por razões psicopatológicas — como em Alta Tensão (Haute Tension, 2003) — ou por ingerirem algo que transforma o mundo em alucinação e modifica o seu comportamento — como aqui. O filme está tão preso às convenções do género que a ligação da matança à “culpa e repressão católicas” é completamente gratuita, quando uma ligação desse tipo podia ter sido interessante — e é perturbante na sua gratuitidade, no desinteresse pela sua justificação e desenvolvimento. [01.03.2010, orig. 07.2008]