The New Guy (2002)


Um Zero à Esquerda, real. Ed Decter. EUA, 2002. 35mm, cor, 88 min.

Mais uma história de uma rapaz impopular que encontra uma forma de se tornar popular. Muda de escola, de aparência, de comportamento, e consegue acabar com os preconceitos que dividem os adolescentes em grupos nos liceus americanos. Todos os elementos correntes nestas ficções podem ser encontradas aqui, por isso o filme diferencia-se através da improbabilidade do protagonista, da música, e das cenas. Tudo parece ser conhecido, mas aparece como diferente. As figuras e as situações repetem-se, mas as figuras são subvertidas e as situações têm desenlaces inesperados — embora a ironia seja improdutiva, não produza novos sentidos. A técnica para a qual a obra remete é a da colagem, mas onde nada cola e tudo se mistura sem ideia ou unidade. As piadas são visuais (aparições de estrelas, citações de cenas de outros filmes, et al.), verbais (alguns diálogos, inúmeros nomes, et al.), e sonoras (efeitos sonoros, uso de partituras conhecidas, et al.). Esta imprevisibilidade sem fundamento provoca risos distanciados e vagos — como o fora de campo do narrador, desvendado no fim, por exemplo. [14.03.2010, orig. 09.2002]