Eri Eri rema sabakutani, real. Shinji Aoyama. Japão, 2007. 35mm, cor, 107 min.
Aoyama reinventa o filme de ficção científica depois de Ferrara — New Rose Hotel (1998) — e Godard — Alphaville (Alphaville, une étrange aventure de Lemmy Caution, 1965). É uma parábola sobre a vontade de morrer, num futuro infectado por um vírus que revela a tristeza mais profunda nas pessoas. Na sua fragmentação sonora e visual, Eri Eri rema sabakutani é uma obra de muitas histórias; não apenas de uma. Os eventos passados de cada personagem abrem constantes brechas no presente, como se a memória fosse uma dolorosa intrusão em vez de uma apaziguada evocação. A devastação neste mundo pode ser geral, mas não deixa de ser algo de muito secreto e individual. A procura e registo de sons pelos dois músicos, a música dissonante e agressiva, as composições dos planos em scope, e outros elementos audiovisuais muito expressivos, fazem do filme uma forte e complexa experiência sensorial. [14.06.2011, orig. 04.2006]