Inesquecível, real. John Dahl. EUA, 1996. 35mm, cor, 117 min.
Uma premissa reminiscente do cinema de ficção científica que se fez nos EUA no primeiro meio século desta arte. Uma vulgar história da obsessão de um homem que quer encontrar o assassino da sua mulher. Linda Fiorentino, numa personagem pouco desenvolvida, interpreta uma médica que descobriu uma maneira de alguém viver a memória de outra pessoa e um médico da polícia (Ray Liotta) usa essa descoberta para reconstruir o que aconteceu à sua esposa. Dahl opta pela fragmentação narrativa, servindo o argumento até à sua desligada e infundada revelação final — acumulando falsidades, como se importasse mais enganar e esconder do que narrar. O espectáculo das perseguições, dos tiroteios, das explosões, afastam a obra da luta íntima do protagonista. Além disso, nunca é sustentado o ponto de vista de quem oferece as visões, nem é explorado o conflito entre elas. Ninguém envolvido parece ter acreditado o suficiente para gerar o inesquecível — a começar pelo argumentista Bill Geddie. [05.07.2011, orig. 08.2002]