Dog Star Man (1961-64)


Dog Star Man, real. Stan Brakhage. EUA, 1961-64. 16mm, cor, 78 min.

É considerada a obra-prima do cineasta. Para outros, filmes posteriores têm ainda mais valor. As partes podem ser vistas individualmente, porque foram concebidas separadamente. Prelude (1962) tem duas películas sobrepostas. As partes II (1963), III (1964), e IV (1964) têm 2, 3, e 4. O filme existe numa versão maior chamada The Art of Vision (1965) de quatro horas, com uma imensa combinação e sobreposição das diferentes partes. É o épico visual sobre o ser pai, sobre o que é criar uma família isolado de tudo. Todos os dias parava numa loja onde tinham livros. Um dia, viu um livro de nome Dog Star Man sobre um cowboy. Pensou que era semelhante a Steinbeck. Era horrível, mal escrito. É a história de um homem que sobe uma montanha até chegar a uma árvore morta que ele corta, para fazer lenha. O homem é um soldado ou apenas um homem que corta a árvore que representa a civilização. Desempregado e a viver em casa dos pais da sua mulher, Brakhage perguntou-lhes o que podia fazer para ajudar e eles sugeriram que ele cortasse lenha. Ele aparece no filme a subir a montanha, a cortar lenha, a lutar com uma árvore morta. Depois de um prelúdio onírico. A densa montagem e sobreposição de imagens chama a atenção para a vida as células e do sol e das estrelas e para o presente da cultura ocidental, do Egipto ao Cristianismo. Esta parte I é a subida. A parte II refere-se à história da família, ao nascimento. A parte III é um sonho diurno de teor sexual. Assombrado por um sentido de falhanço, o filme acaba com uma desconstrução que adquire uma dimensão cósmica. A parte IV é uma complexa recapitulação, um colapso, um cair de joelhos, um espasmo contínuo à deriva pelas estrelas. [21.02.2023, orig. 09.2005]